Prospecção no Rio Jequitinhonha, foto de Christian Spangler, 19..
O DIAMANTE DE DIAMANTINA
José Efigênio Pinto Coelho (Filósofo e Artista Plástico)
A cidade de Diamantina está num planalto formado de quartzito onde se forma a bacia do rio Jequitinhonha. Desta vez cheguei a esta linda e clara cidade vindo pelo caminho do Serro Frio. Por esta rota se chega a Diamantina por cima, contorna a serra, e sai na parte baixa. Uma visão bem diferente de quem vem pelo asfalto passando por Curvelo. É um percurso antigo e mostra o quanto esta chapada é árida com uma natureza exuberante onde os vegetais brotam nas rochas duras e nuas. Neste ambiente passa em grande velocidade o rio Jequitinhonha, ou o rio Dos Diamantes. Antes de chegar à cidade de Diamantina, o rio Jequitinhonha se mostra numa estreita garganta que o homem aproveitou para atravessar, fazendo uma harmoniosa ponte de onde se pode admirar o fino gosto daqueles que escolheram esta região para viver.
Esta viagem fiz de carro, o que torna a viagem mais prazerosa. Ainda no caminho perto de Diamantina observei que a região era muito diferente da minha. Sou de Ouro Preto, onde as minas de ouro furaram todo o subsolo, deixando suas marcas até hoje. Porém, aqui era diferente. Nada de minas, nada de buraco. Somente montanhas de rochas nuas com seus arbustos resistentes ao tempo.
Em Diamantina a mesma coisa, nada de mina de diamante. A cidade está plantada em cima da rocha e, do seu centro, pode-se avistar a Serra do Galheiro que muito embeleza a paisagem. Passados uns dias que tirei para pintar um quadro, bateu a curiosidade de aventureiros e fui conhecer uma extração de diamantes num povoado depois de Mendanha. A paisagem é linda, típica, rochas nuas e vegetais que saem da pedra, flores raras e belas, às vezes, areia branca com um filete de água límpida. As árvores tortas e vegetais de pouca altura. Depois de muito andar por uma estrada precária, cheguei a um povoado perdido nesta imensa chapada. Uma praça grande, com uma igreja num dos lados cercada de casas, formando um retângulo. Os pais do nosso guia moravam aí. Pedimos autorização para visitar a mina, e continuamos a viagem até deparar com um rio maravilhoso de águas transparentes com praias de areia branca, num vale de vegetação exuberante.
Era uma antiga fazenda, ainda tem umas cabeças de gado. Numa região que chamamos de tabuleiro, onde o rio corre num plano, existe uma extração de diamantes. Neste dia, ela estava parada, mas podíamos ver o maquinário e, principalmente, as montanhas de cascalhos que se tiram do leito do rio ou das suas margens. Esta mineração é típica da região. Extrai-se o diamante que foi levado por uma lixiviação, e as camadas de sedimentação de areia com cascalho não são muito profundas. Portanto, mais uma vez, nada de mina como as de ouro que conheço.
A teoria da formação de diamantes é que ele é formado de carbono, no centro da terra sob uma temperatura elevada e uma enorme pressão, que depois ele é expelido para a superfície junto com as lavas efervescentes dos vulcões. Em Diamantina as rochas são metamórficas e se teve vulcão nada comprova. A Serra do Espinhaço que atravessa a região de Minas Gerais indo em direção a Bahia, tem as mesmas características, uma constância de quartzito.
As notícias que se contam na região sobre o diamante são interessantes. As pessoas apanhavam os cristais em pedaços na flor da terra. Saíam catando e enchendo os balaios nos lombos dos burros. Como se fossem pés de alface. Só mais tarde começaram as catas nos leitos dos rios. Esta maneira de apanhar diamantes é muito estranha, principalmente, se ele tem a sua formação no interior da terra. Alguma coisa não batia bem. Os estudos geológicos que prevalecem são do séc. XIX, muita coisa mudou, mas as teorias antigas ainda imperam.
Uma coisa é certa, a origem dos diamantes de Diamantina, não é do fundo da terra, e muito menos, fruto de vulcões. Eles chegaram lá, caindo do céu. Uma estrela ou um meteoro entrou na terra e se esparramou em Diamantina e em toda a região. Só assim pode se explicar como aconteceu com este mineral que ficou na superfície da terra, sem uma causa aparente. Se olharmos para os diamantes de Diamantina com um olhar de astrônomo e não de geólogo, fica muito mais clara esta evidência. Para refrescar a memória vou descrever a notícia que saiu no dia 16 de fevereiro de 2004 na “BBC BRASIL.com”
“Astrônomos descobriram que cintila no céu uma estrela feita de diamantes, com 10 quintilhões de quilates. O diamante cósmico é um corpo de carbono cristalizado, de 1,5 quilômetro de diâmetro, a cerca de 50 anos-luz de distância da terra, na constelação de Centaurus. Ele seria o núcleo comprimido de uma velha estrela que um dia brilhou tanto quanto o nosso sol, mas depois apagou-se e encolheu.
Os astrônomos decidiram batizar a estrela de Lucy, em homenagem à música dos Beatles Lucy in the Sky with Diamonds.
Tecnicamente conhecida como BPM 37093, a estrela é uma anã branca cristalizada.Uma anã branca de núcleo de uma estrela morta, a sobra depois que o combustível nuclear dela é utilizado. A anã gigante não é apenas radiante, mas também soa como se fosse um gongo gigante, emitindo pulsações constantes. Diz o astrônomo Travis Metcalfe do Centro para Astrofísicas de Harvard-Smithsonian, que comandou as pesquisas.”
Por que não? Os diamantes de Diamantina têm sua origem numa estrela anã que caiu na terra e se espatifou espalhando diamante por toda a região. É muito mais provável que a teoria dos vulcões. Com a descoberta da estrela BPM 37093 fica muito evidente que o universo se mostra muito diferente do que se propôs a geologia, que está muito mais próxima da Bíblia para explicar a formação da terra. O universo é incomensuravelmente desconhecido. Por isso um pingo é mais que uma letra e, muita coisa pode nos dizer. Se o diamante de Diamantina e região era um mistério, fica claro ser ele uma estrela anã que caiu na terra no período que se pode ainda caracterizar com as evidências das sedimentações das rochas que compõem as margens dos rios.
E vou mais além, se pegarmos o mapa-mundi, olharmos a localização de Diamantina e seguir a sua linha paralela, vamos ter na mesma latitude sul, entre 10 e 20 graus, a região africana onde são encontrados os diamantes. Estes são extraídos em buracos muna região de sedimentação, diferente de Diamantina, porque o solo, sendo mais macio, os fez afundar. E seguindo a mesma linha paralela, vamos chegar em Kimberley na Austrália onde também se encontram os diamantes. Portanto, seguindo o meu raciocínio, uma estrela anã do tipo a BPM 37093 chocou com a terra neste paralelo e foi despejando diamantes, enquanto a terra fazia o movimento de rotação.
Pode ser que encontremos diamantes em outras partes do Planeta que tenham origem vulcânica, como também podem existir em outros locais, diamantes extra terrenos.
Ouro Preto,14 de junho de 2005
(Texto enviado por Anibal Freire)